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Astrojildo Pereira
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/biografias/ev_bio_astrojildopereira.htm

Astrojildo Pereira Duarte Silva nasceu em Rio Bonito (RJ), em 1890.
Ainda jovem iniciou sua militância em organizações operárias de orientação anarquista, tendo sido um dos promotores, em 1913, do II Congresso Operário Brasileiro. Foi também na imprensa operária que se iniciou no jornalismo, atividade a que se dedicaria durante a maior parte de sua vida. No final de 1918, participou dos preparativos de uma frustrada insurreição anarquista e, por conta disso, foi preso. Solto em 1919, começou a afastar-se do anarquismo e a defender os rumos tomados pela Revolução Russa.

Em março de 1922, participou do congresso de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) e foi eleito secretário-geral da organização. Em 1924, fez sua primeira viagem à União Soviética. No ano seguinte, quando o PCB iniciou a publicação do jornal A Classe Operária, tornou-se, ao lado de Otávio Brandão, um de seus principais redatores. Em 1927, encarregado pela direção do partido de buscar contato com Luís Carlos Prestes, então exilado na Bolívia, entregou ao líder tenentista diversos volumes de literatura marxista. Em 1928, passou a fazer parte do comitê executivo da Internacional Comunista, eleito no VI Congresso da entidade realizado em Moscou.
Entre fevereiro de 1929 e janeiro de 1930 viveu em Moscou, de onde voltou com a orientação de proletarizar o PCB, ou seja, de promover a substituição dos intelectuais na direção do partido por operários. Em novembro de 1930, acabou sendo atingido, ele próprio, pelo processo de proletarização e foi afastado da secretaria-geral do partido. No ano seguinte, após breve período de atuação junto ao Comitê Regional de São Paulo, desligou-se do PCB.

A partir de então, dedicou-se durante muitos anos aos negócios particulares herdados do pai e, já como crítico literário reconhecido, colaborou no jornal carioca Diário de Notícias e na revista Diretrizes. Em 1944, publicou Interpretações, obra em que reunia estudos sobre literatura, com destaque para o artigo "Machado de Assis, romancista do Segundo Reinado".

Em 1945, foi delegado do Estado do Rio ao I Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo, e um dos redatores da declaração de princípios do encontro, marcada por críticas à ditadura de Vargas. Ainda em 1945, retornou ao PCB e passou a colaborar intensamente com a imprensa partidária. Dirigiu as revistas Literatura, Problemas da Paz e do Socialismo e Estudos Sociais, e colaborou com o jornal Imprensa Popular e com a revista Novos Rumos.

Em outubro de 1964, foi preso em decorrência do golpe militar e permaneceu na prisão por três meses, já em estado de saúde precário.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1965.

[Fonte: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930. 2ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. 5v. il. (1. ed. 1984)]